Mineiro radicado no Rio, Stephano transforma sua trajetória de batalhas e paixão pela arte no filme autoral “PIPA”, um projeto independente que une crítica social, sensibilidade e resistência.

Do palco ao set de filmagens, o artista Stephano tem construído uma carreira marcada por versatilidade, paixão e persistência. Natural de Belo Horizonte (MG), ele começou ainda muito jovem no mundo das artes, participando de peças teatrais e campanhas publicitárias. Formado em Artes Cênicas e Cinema, Stephano tem se destacado por sua multifacetada atuação como diretor, produtor, roteirista e ator.
Em 2016, sua vida tomou um novo rumo quando uma oportunidade profissional o levou ao Rio de Janeiro. O que era para ser uma temporada virou moradia definitiva na cidade maravilhosa. Lá, Stephano se aprofundou no mercado audiovisual, atuando em diversas funções de bastidores, como assistente de produção e direção. “Aprendi a fazer de tudo um pouco no set”, relembra.
Essa vivência multifuncional o preparou para o maior desafio de sua carreira: tirar do papel seu primeiro filme autoral, “PIPA”, lançado em meados de 2025. Com roteiro, direção e produção assinadas por ele, o filme é uma obra sensível, potente e socialmente necessária. “Fazer cinema independente no Brasil é difícil, e quando você propõe uma crítica social forte, as portas se fecham ainda mais. Mas eu nunca acreditei no impossível”, afirma o cineasta.
Mesmo diante de inúmeros “nãos”, Stephano viu a mágica acontecer: os “sins” começaram a vir — e das pessoas certas. O projeto atraiu profissionais de diversas áreas que decidiram embarcar com ele nessa jornada, movidos pela potência da história e pelo amor ao cinema. Produtores, cinegrafistas, equipe de marketing e outros talentos uniram forças com um objetivo comum: dar vida à história de dois garotos cariocas que encontram nas pipas muito mais do que um simples brinquedo — encontram resistência, liberdade e identidade.
Sem recursos financeiros abundantes, Stephano se viu obrigado a fazer sacrifícios pessoais para seguir com a produção. Mudou-se para uma região com aluguel mais acessível, criou uma campanha de financiamento coletivo e passou a trabalhar como barman e freelancer em eventos para bancar os custos do filme. “Sou o maior interessado em fazer esse projeto acontecer, então fui à luta”, conta.








O que move Stephano é mais do que a paixão pela sétima arte — é o desejo de transformação. “Eu faço cinema para provocar mudanças. O espectador pode sair da sala feliz, mexido ou até incomodado. Só não pode sair igual a como entrou. Entre todas as formas de narrar, o cinema sempre será o meu melhor jeito de contar histórias.”
“PIPA” é, antes de tudo, uma metáfora sobre sonhar mesmo com os pés no chão. É o retrato de uma juventude invisibilizada, mas também de um artista que voa alto, guiado pelo vento da persistência.
