Com Marcélia Cartaxo no papel principal, novo longa da diretora de “Carro Rei” estreia dia 8 de maio e mistura memória, ficção e poesia nas ruínas da casa de uma das maiores autoras da literatura brasileira.
Fala aí, Boss! E se a casa de Clarice Lispector escondesse uma fresta mágica capaz de libertar nossos desejos mais secretos e despertar quem já estava adormecido por dentro? É com essa vibe quase metafísica, psicodélica e literária que chega “Lispectorante”, o novo filme da aclamada diretora Renata Pinheiro, que estreia nos cinemas brasileiros em 8 de maio, com distribuição da Embaúba Filmes.
Esqueça as adaptações diretas ou filmes biográficos tradicionais: aqui, Clarice é presença fantasmagórica, não como personagem, mas como força inspiradora e simbólica. O enredo parte de um momento absolutamente real — os escombros da antiga casa da escritora, no centro do Recife — para nos levar a uma narrativa onde o lirismo encontra a ficção especulativa de um jeito só possível no cinema brasileiro autoral.
🌌 Uma fresta para o infinito
A protagonista da história é Glória Hartman, vivida pela sempre magnética Marcélia Cartaxo (eternamente lembrada por “A Hora da Estrela”), uma mulher madura que, em meio a uma crise pessoal, descobre nas ruínas do lar que um dia pertenceu a Clarice um portal simbólico — ou literal, quem sabe? — para sua reinvenção. A partir daí, realidade e fantasia se entrelaçam como num conto de Borges com direção de David Lynch, só que com sotaque nordestino e perfume de manguebeat.
A diretora Renata Pinheiro, ao lado do roteirista e parceiro criativo Sérgio Oliveira, conta que tudo começou quando os dois observaram uma brecha no muro da casa abandonada de Lispector. “Era uma fresta-cinema”, lembra ela, “e foi dali que nasceu a ideia de construir uma narrativa que celebrasse o renascimento, o desejo e o feminino com potência visual e poética.”
👁️🗨️ Cinema de sensações, memórias e potência feminina
“Lispectorante” não é só um filme: é uma experiência. A proposta é mergulhar nos desejos não ditos, nas ausências que gritam, e nos possíveis que ainda existem, mesmo entre as ruínas. Glória é uma heroína diferente — uma anti-heroína da terceira idade, redescobrindo sua potência criativa, afetiva e até erótica em um mundo que insiste em invisibilizá-la.
O elenco ainda conta com nomes como Pedro Wagner, Grace Passô, Clara Pinheiro, Gheuza e a multitalentosa Karina Buhr. A estética do filme promete ser um espetáculo à parte, com a direção de arte carregada de simbolismo e atmosferas que lembram desde “O Labirinto do Fauno” até clássicos do surrealismo brasileiro.
🎥 Um filme que fala com leitores, cinéfilos e sonhadores
“Lispectorante” é para quem ama Clarice, mas também para quem nunca leu uma linha dela. É sobre recomeços, sobre ouvir aquela voz interior que a gente sufoca, sobre explorar ruínas — físicas e emocionais — em busca de reconstrução.
Com estreia marcada para 8 de maio, o longa reafirma Renata Pinheiro como uma das diretoras mais originais do cinema nacional contemporâneo. Se você curte cinema com alma, visual provocante e um toque místico, esse filme é obrigatório, Boss.