O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim

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Com imenso prazer, volto para esse universo mágico, épico e vasto que Tolkien criou. Voltar a Terra Média em formato de anime, muito bem dirigido e respeitando o material original é realmente compensador.

A animação se passa mais de 200 anos antes da saga do anel. Conta o destino da casa de Helm mão de martelo, o lendário rei de Rohan. Um ataque surpresa de Wulf, um senhor Dunlending, força Helm e seu povo a fazer sua última resistência na antiga fortaleza de Hornbung. No meio da crise a Filha do rei, Hera lidera a resistência.

Sem sombra de dúvida a produção é o melhor material de O Senhor dos Anéis desde a trilogia inicial. O diretor Kenji Kamiyama conseguiu unir a estética anime com toda a ambientação do universo de Tolkien. Além de uma animação praticamente perfeita nos momentos de batalha.

Com a narração de Éowyn icônica personagem dos filmes clássicos, ficamos conhecendo a historia de Hera, fazendo um paralelo com a personagem do futuro de mais de dois séculos, onde uma guerreira corajosa foi decisiva na guerra.

Fica evidente a influência de Game of Thrones no roteiro, onde existem várias casas e que a mais distante tem um problema com o rei. Além das citações ao inverno chegando e a escassez de alimentos.

O primeiro arco realmente as coisas se apresentam rápido ( acredito rápido de mais) sem tantas explicações do reino e do passado entre Hera e wulf, com alguns flash-backs. As relações entre os filhos do rei são mostradas rapidamente para em pouco tempo chegar no motivo do conflito.

Em alguns minutos do encontro entre os lords e o estopim para a guerra é um dos poucos momentos que sinto a animação um pouco estática nos personagens, talvez para as cenas posteriores a ação ser mais refinada.

O momento da batalha do grande Helm pelo reino ser a noite não tem como não lembrar de GOT, inclusive na traição sofrida. Nessa parte para mim estava meio-claro de onde ia vir a traição e quais seriam os acontecimentos a seguir porque a narrativa é bem clássica. Mesmo assim é muito bem feita e consegue surpreender na batalha e nos dá certa esperança que tudo vai ficar bem.

Na batalha vemos mais dos príncipes irmãos de Hera e inclusive mais nuances do rei que mostra sua fragilidade e se arrepende de seus erros táticos e de seu orgulho.

A segunda parte do longa, que se passa no abismo da trombeta, o ritmo fica mais lento até para detalhar como a guerra e um cerco são danosos para os dois lados. E claro a mágia aparecendo na figura de Helm e seus feitos para proteger seu povo e em especial sua filha.

Hera tem um crescimento em sua responsabilidade e dever mas também em sua confiança pára com todos em volta. Mostrando o espirito dos cavaleiros de Rohan e também da honra dos homens que ainda brilhava naquele local.

Wolf é um personagem interessante que move todo a trama, mas vai se perdendo em escuridão e talvez até em um exagero maniqueísta de desperdiçar várias vezes a vitoria pelo orgulho e pela vingança. Nessa parte quem assistiu as duas torres vai perceber cenas parecidas , afinal o local da batalha é o mesmo. E o diretor junto com Peter Jackson foram bem específicos em recriar detalhes, paredes, estradas e escadas igual o segundo longa da saga do anel.

O filme mostra o caminho de Hera para ser a líder e lutadora que vai se tornando ao longo da historia. Mostrando que Rohan sempre teve mulheres destemidas.

As cenas finais com direito a águia gigante e citações a personagens conhecidos do publico foram muito bem colocadas. Talvez só a aparição de orcs em um momento achei exagerado. O enredo centrado nos humanos já é forte suficiente.

Assim como no começo do texto, eu amo e sempre vou amar o universo de SDA e voltar em formato anime de maneira dinâmica e com uma ótima protagonista me animou bastante. Uma franquia que estava sendo deixada de lado nos últimos tempos mostrou que pode sim ter ótimas historias sem se focar apenas nos pequenos Hobbits. Que venham muitas outras animações.