Dirigido por Luiza Shelling Tubaldini, o longa mistura fantasia, romance e horror psicológico em uma adaptação da graphic novel de Danilo Beyruth, e marca presença em dois dos maiores eventos de cinema do mundo.
O terror e o sangue invadem o Festival do Rio 2025 com a estreia mundial de “Love Kills”, novo longa-metragem dirigido por Luiza Shelling Tubaldini. Inspirado na graphic novel homônima de Danilo Beyruth, o filme propõe um olhar inédito sobre o universo dos vampiros sob a ótica da cinematografia brasileira — unindo romance, fantasia e horror em uma produção que já desperta grande curiosidade no público e na crítica.
A sessão de estreia acontece nesta sexta-feira, 3 de outubro, marcando a primeira exibição pública do filme, que também foi selecionado para o Festival Internacional de Cinema de Sitges, na Espanha — o maior e mais respeitado festival de cinema fantástico do mundo, realizado entre 9 e 19 de outubro. A participação brasileira no evento conta com o apoio institucional da Spcine, reforçando a presença do cinema de gênero nacional no circuito internacional.
Vampiros, humanidade e o horror do amor
“Love Kills” mergulha no mito dos vampiros de forma contemporânea e simbólica. A trama acompanha Helena, uma jovem vampira que vive nas sombras da cidade, e Marcos, um humano que desconhece os perigos escondidos sob a superfície de seu mundo.
O encontro entre eles revela uma narrativa intensa sobre desejo, poder e sobrevivência, onde o amor se transforma em algo sombrio e incontrolável.
Definido por sua criadora como uma “thriller romantasia” — uma fusão entre romance e fantasia —, o longa utiliza a figura dos vampiros como metáfora para temas humanos universais, como traumas emocionais, relações abusivas, exclusão social e a busca por identidade.
“Fazer cinema de fantasia no Brasil é um ato de coragem e paixão”, comenta a diretora Luiza Shelling Tubaldini. “Poder criar um filme de vampiros levado a sério, que conversa com a nossa cultura e com o público global, é um desafio delicioso. Ter o reconhecimento do Festival do Rio e de Sitges é uma validação muito especial desse esforço coletivo”, completa.
Uma abordagem simbólica e política do horror
Em “Love Kills”, o vampirismo não é apenas uma estética — é uma linguagem simbólica sobre o corpo, o desejo e o poder. A diretora busca traduzir o gênero fantástico em uma experiência emocional e política, que ultrapassa os clichês do terror tradicional.
“Os vampiros são uma metáfora atual. Representam os que vivem à margem, os que precisam se esconder para sobreviver. É uma forma de discutir, de maneira poética, como as relações humanas podem sugar nossa energia — literalmente e emocionalmente”, explica Luiza.
Uma nova voz no cinema de gênero brasileiro
Conhecida por seu trabalho como roteirista e produtora, Luiza Shelling Tubaldini constrói em “Love Kills” uma proposta ousada: unir sensibilidade artística e potência estética dentro de um gênero raramente explorado no Brasil.
Sua trajetória inclui projetos voltados à fantasia, literatura adaptada e narrativas femininas, e agora, ao assumir a direção, ela consolida um olhar autoral sobre o cinema de gênero.
Produção e legado
O filme é produzido pela Filmland Internacional, que se destaca por investir em produções brasileiras com potencial de alcance global. Entre os projetos anteriores da empresa estão “Motorrad”, exibido no Festival de Toronto, e “A Princesa da Yakuza”, estrelado por Jonathan Rhys Meyers e Masumi, que alcançou o Top 5 global da Netflix em sua estreia.
Ambos os títulos, assim como “Love Kills”, têm origem em obras do quadrinista Danilo Beyruth, reforçando a ponte entre os universos dos quadrinhos e do cinema.
Com estética sombria, linguagem visual refinada e um subtexto poderoso sobre amor e destruição, “Love Kills” se posiciona como um marco para o cinema de gênero nacional, abrindo caminho para novas produções brasileiras no cenário fantástico mundial.
“Love Kills”
Direção: Luiza Shelling Tubaldini
Baseado na graphic novel de Danilo Beyruth
Produção: Filmland Internacional
Estreia mundial: Festival do Rio 2025
Selecionado para o Festival de Sitges 2025 (Espanha)
Apoio: Spcine