Com direção do português Pedro Pinho, produção brasileira e trama cortante, o longa entra em destaque na mostra Un Certain Regard no Festival de Cannes 2025 — a segunda mais prestigiada da competição oficial.
Fala aí, Boss! Se o cinema é uma arma poderosa para provocar, refletir e cortar fundo nas questões do mundo real, “O Riso e a Faca” está afiado como nunca. O longa, dirigido pelo premiado cineasta Pedro Pinho (A Fábrica de Nada), foi selecionado para a mostra Un Certain Regard, no prestigiado Festival de Cannes 2025, elevando o nome do Brasil em uma das maiores vitrines do cinema mundial.
Inspirado na canção homônima do mestre Tom Zé, “O Riso e a Faca” mergulha nas complexas relações de poder e identidade em plena África Ocidental. Com produção da brasileira Bubbles Project e distribuição nacional pela Vitrine Filmes, o filme acaba de ganhar novas imagens de bastidores, aumentando o hype antes da estreia oficial em Cannes.




🎬 Sinopse: onde riso e faca se encontram
A trama acompanha Sérgio, engenheiro ambiental português, que chega a uma metrópole da África Ocidental para trabalhar em um projeto rodoviário entre o deserto e a selva. Mas sua missão técnica logo esbarra nas feridas abertas do neocolonialismo. Sérgio se envolve em uma relação intensa e desequilibrada com Diára (Cleo Diára) e Gui (interpretado pelo brasileiro Jonathan Guilherme), revelando as dinâmicas invisíveis de dominação, resistência e pertencimento.
O filme não economiza em densidade: em uma jornada narrativa polifônica, ele confronta o espectador com as fronteiras neocoloniais ainda latentes, propondo uma reflexão cortante sobre as cicatrizes deixadas pela exploração histórica e as novas formas de ocupação cultural e econômica.
🌍 Bastidores & Representatividade
Filmado em Guiné-Bissau, “O Riso e a Faca” tem forte presença brasileira: além de Jonathan Guilherme, destacam-se Tatiana Leite (produtora) e Ivo Lopes Araújo (diretor de fotografia). O elenco multicultural conta ainda com Sérgio Coragem, Cleo Diára, e outros talentos da cena africana e europeia.
🏆 Pedro Pinho: o artesão do cinema social
O diretor português já é velho conhecido dos festivais internacionais. Após vencer o prêmio da crítica (FIPRESCI) em Cannes com “A Fábrica de Nada”, ele retorna ao evento com sua visão crítica, transformando o cinema em um espaço de debate visceral sobre colonialismo, globalização e as contradições do mundo contemporâneo.
🛠️ Ficha Técnica: Um exército criativo internacional
Com uma equipe que atravessa Portugal, Brasil, França e Romênia, a produção é um verdadeiro crossover cultural. A montagem conta com nomes como Rita M. Pestana, Karen Akerman e o próprio Pinho, enquanto a direção de arte ficou a cargo de Camille Lemonnier e Livia Lattanzio.
O longa tem impressionantes 212 minutos de duração, prometendo ser uma das experiências cinematográficas mais profundas (e intensas) da temporada.