A animação concorre na categoria Melhor Longa-Metragem de Animação no evento focado em produções animadas e produções televisivas ibero-americanas
BIZARROS PEIXES DAS FOSSAS ABISSAIS, estreia em longas de animação do diretor Marão, é selecionado para os Prêmios Quirino, que acontece de 9 a 11 de maio, em Tenerife, na Espanha. Tal premiação é focada em produções televisas e longas e curtas de animações ibero-americanas. A obra foi indicada na categoria de Melhor Longa-Metragem de Animação e é a única brasileira entre os indicados. O filme, que conta com distribuição da Sessão Vitrine Petrobras em parceria com a Boulevard Filmes, estreou em 25 de janeiro deste ano e segue em cartaz em alguns cinemas do Brasil.
BIZARROS PEIXES DAS FOSSAS ABISSAIS conta com as vozes de Natália Lage, Rodrigo Santoro e Guilherme Briggs. Nele, acompanhamos três personagens em uma jornada até as profundezas do oceano: uma mulher com superpoderes excêntricos, uma tartaruga com transtorno obsessivo-compulsivo e uma nuvem com incontinência pluviométrica.
O filme fez uma linda trajetória em festivais internacionais e nacionais. A obra recebeu Menção Honrosa dentro da Première Brasil – Novos Rumos no Festival do Rio deste ano. Também recebeu o prêmio de Melhor Longa pelo Júri Popular do MONSTRA Festival, em Lisboa, e fez parte da programação da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, do Festival Internacional Del Nuevo Cine Latinoamericano de Havana (CUBA) e da 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes.
“É um título estranho para um filme estranho. A protagonista traça uma jornada heroica em busca de algo. No caso, a heroína percorre múltiplos e distintos locais, desde a Baixada Fluminense até a Sérvia e as fossas abissais do título, para encontrar partes de um misterioso mapa”, explica o diretor que também assina o roteiro do longa.
Essa jornada funciona apenas para possibilitar bizarras situações de humor nonsense durante todo o filme, envolvendo um trio que inclui uma mulher cuja região glútea se metamorfoseia em um primata ao pronunciar a frase “Minha Bunda É Um Gorila”. Voltada para o público jovem adulto, essa é uma comédia estilizada de super-heróis bizarros.
“A animação 2D tradicional é utilizada seguindo a técnica chamada de full animation, na qual todo o personagem se move e não apenas partes dele: se ele corre, todo o personagem é redesenhado para movimentar os braços e pernas e também os cabelos e roupas, criando um movimento mais fluido essencial para as – muitas – cenas de ação e de luta deste que é um filme de super-heroína, mas simultaneamente de humor exagerado”, explica o cineasta.
Marão conta que fez seu primeiro longa da mesma lógica que seus curtas: sem model sheet, sem storyboard e sem animatic, improvisando as cenas de um modo teatral, em ordem cronológica. “A primeira cena do filme foi a primeira a ser animada e a última foi a última a ser animada. A narrativa e o design dos personagens evoluíam à medida que o filme avançava, assim como uma graphic novel autoral onde o design do personagem se altera com o passar das páginas. E eu não queria ‘dirigir’ enquanto uma equipe animava e desenhava. Eu queria desenhar e animar também, de preferência a maior parte do filme.”
O diretor explica que fez diversos desenhos a lápis no papel, e montou uma pequena equipe com pessoas próximas para produzir BIZARROS PEIXES DAS FOSSAS ABISSAIS. “Ao invés de quatrocentos animadores, fomos Rosaria, Fernando Miller e eu a animar o longa em 2D tradicional / full animation por seis anos. Antes disso, foram quase quatro anos para captação de recursos. Praticamente dez anos no total. A equipe foi formada intencional e exclusivamente por pessoas que amo e com quem já trabalhava há anos, ou décadas.”
Marão já fez 14 curtas, e conta com 667 participações em festivais por todo o mundo. O diretor é um nome conceituado e premiado no ramo das animações. Contando com sua estreia na direção de longas, Marão possui 15 filmes, passagem por 667 festivais e 127 prêmios. Em seu vasto currículo de curta-metragens, pode-se destacar “Até a China” (2015), “Eu queria ser um Monstro” (2009), “O Anão Que Virou Gigante” (2008), “O Arroz Nunca Acaba” (2005), “Chifre de Camaleão” (2000) e “Cebolas são Azuis” (1996). O último, por sinal, marca sua estreia na direção de curtas de animação.